E quando isso acontece, a única coisa da qual tenho certeza é de que era feliz e não sabia. Vivemos para o futuro, planejando, pensando e esquecendo de aproveitar o presente. Hoje revi fotografias, reli scraps carinhosos no meu orkut repassei momentos na minha mente. Como eu já fui feliz!ASs tardes jogadas fora em papos descontraidos e despreocupados , os passeios de bicicleta, as aventuras naquele campinho. Os amigos da escola, a hora do recreio e as aventuras com a galera. As viagens com minha família, meus pais sempre sorridentes e brincalhões. As brincadeiras na rua de casa, os piques intermináveis, os vizinhos quase irmãos. E eu lá, querendo fazer logo dezoito anos, planejando como seria quando finalmente fôssemos independentes. Os dezoito anos chegaram... E o tempo não para mais de passar. A independência tão sonhada trouxe com ela responsabilidades que nos tiram o bem tão precioso que, quando crianças, não dávamos o devido valor: o TEMPO. Os amigos cresceram juntos, ficaram ocupados, namoram, afastaram-se. No álbum de fotos, aqueles momentos eternizados são apenas recordações. E confesso que dá um aperto no peito lembrar de tudo isso, porque eu não sou nem de longe o que planejei que seria. Não pensem que sou infeliz, amargurado ou algo do tipo, porque, definitivamente, não o sou. Mas tive de abortar muitos planos, deixar de lado muitas idéias, abrir mão de muita coisa. O que sinto realmente falta é daquele garoto sonhador que fui um dia que dizia que quando crescesse seria psicólogo e ajudaria muitas pessoas com seus conflitos e que planejava mudar o mundo; do garoto que não tinha vergonha de chorar quando as lágrimas queriam cair; que acreditava que o mundo era perfeito e que a maldade existia apenas nos vilões da televisão; que os adultos eram éticos e não cometian erros tão graves. Saudade de um tempo que não volta mais. Saudade de um tempo onde o que eu mais queria era me divertir. E hoje vejo como eu era inocente. E sinto imensa saudade daquela inocência...
